A panoramic view of mountain range with snow-capped peaks in the distance and rolling green hills in the foreground during sunset.

Dor Crónica: quando a dor faz parte do dia-a-dia

12-12-2025

Leitura de 4 minutos

A distinção entre “dor aguda” e “dor crónica” baseia-se essencialmente no tempo:

  • Dor aguda: tem início recente e está associada a uma lesão ou doença específica. Normalmente dura menos de 3 meses e melhora com o tratamento certo e à medida que o corpo recupera.

  • Dor crónica: persiste por mais de 3 meses, pode surgir após uma lesão inicial, mas a dor em si já não corresponde diretamente ao dano nos tecidos e muitas vezes mantém-se mesmo depois de a causa original ter sido tratada.

Mas a dor crónica não é apenas uma dor que dura mais tempo.

Há também uma alteração na forma como sentimos a dor e no sistema nervoso que faz com que os sinais de dor continuem a ser enviados mesmo quando já não são necessários.

Modern wooden house with stone steps and outdoor patio overlooking green hills and mountain range in the background.

A cronificação da dor resulta de uma interação de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Entre os principais fatores de risco comprovados estão:

     1. Dor mal tratada na fase aguda

Não controlar adequadamente a dor inicial pode levar o sistema nervoso a “aprender” o padrão de dor e torná-lo persistente.
Isto é particularmente comum após cirurgias, entorses, lombalgias e traumas.

Não é preciso “sofrer até passar”, ou evitar analgesia por ter uma dor “suportável”. Controlar a dor no início reduz o risco de alterar o sistema nervoso. Mesmo além de medicamentos, a fisioterapia precoce e abordagem funcional são fundamentais.

     2. Inflamação prolongada

Processos inflamatórios contínuos — como na osteoartrose ou artrite — mantêm o sistema nervoso sensibilizado.

     3. Sedentarismo, imobilidade ou repouso excessivo

Particularmente na dor de origem osteomuscular. Hoje sabemos que o repouso prolongado não é aconselhável por enfraquecer os músculos e reduzir a mobilidade das articulações.

     4. Fatores psicológicos

Ansiedade, stress crónico, depressão ou experiências traumáticas amplificam a forma como o cérebro interpreta a dor.

Não significa que a dor seja “psicológica”, mas que o cérebro altera a intensidade do que sentimos.

Por que razão a dor aguda se transforma em dor crónica?

A dor osteoarticular: a principal causa de dor crónica

Um dos principais motivos de dor crónica é a patologia osteoarticular, em particular a artrose

Trata-se de um processo de desgaste da articulação que envolve inflamação crónica de baixo grau e leva a dor, rigidez articular e limitação funcional.

Embora não tenha cura, é possível controlar melhor os sintomas.

As melhores estratégias de prevenção e tratamento são

  • Exercício estruturado de força e flexibilidade

  • Controlo de peso

Reduz drasticamente a carga sobre articulações como joelhos e ancas.

  • Fisioterapia

Orientam o movimento seguro, ajudam a recuperar funcionalidade..

  • Tratamento farmacológico

Anti-inflamatórios e analgésicos podem ser úteis em fases de dor mais intensa, mas devem ser usados criteriosamente.

  • Em último caso, cirurgia

Quando a dor é incapacitante e refratária, a cirurgia deve ser considerada.


A dor crónica não afeta apenas o corpo — afeta várias facetas da vida.

É uma condição que se instala no quotidiano, condiciona rotinas e interfere com aspetos fundamentais do bem-estar, como o sono, a mobilidade, a energia e até o humor. 

Faça a sua avaliação e procure uma vida com menos dor.