“Os antibióticos servem para todas as infeções”?

Os antibióticos apenas têm eficácia contra infeções bacterianas.

Se a causa da dor ou desconforto for outra, o antibiótico não terá qualquer efeito positivo.

Porquê que a maioria das infeções não exige antibiótico?

  • A maioria das infeções comuns são provocadas por vírus, por exemplo a gripe constipações, muitas faringites e mesmo alguns episódios de tosse.

  • Outras causas de infeções ainda menos frequentes são os fungos, para os quais o tratamento também é diferente.

  • Apenas nas infeções bacterianas, o tratamento não pode ser outro que não antibióticos, sendo sempre necessária avaliação médica: para escolher o medicamento correto tendo em conta o perfil do doente, da bactéria e qual o mais eficaz. 

Por tudo isto, a automedicação altamente desencorajada.

A utilização de antibióticos tem riscos?

Resistência antimicrobiana e “superbactérias”

Quando as bactérias são expostas repetidamente a antibióticos, principalmente em esquemas incompletos, poderão sobreviver as mais resistentes. Que se vão multiplicar e criar novas espécies de bactérias mais resistentes sendo estas difíceis ou impossíveis de eliminar.

Efeitos adversos no indivíduo

Os antibióticos podem provocar efeitos colaterais: diarreia, desconforto gastrointestinal, alergias, alterações da microbiota intestinal, reações cutâneas, candidíases, entre outros. Em alguns casos, podem desencadear reações graves, como a anafilaxia.

Mortalidade aumentada

Os dados mais recentes da Associação Nacional de Farmácias mostram que o consumo de antibióticos em Portugal cresceu aproximadamente 8% ao ano entre 2019 e 2024, superando a média da União Europeia. Este já é um problema identificado, havendo em marcha medidas para responsabilizar o uso de antibióticos e tentar evitar as 35000 mortes estimados haver por ano na União Europeia devida a infeções por superbactérias.

Cuidados a ter com antibióticos

Acima de tudo, se pensa em tomar um antibiótico, procure antes uma observação médica. Pode ver que não é necessário, mas, se for, garante que é escolhido o mais adequado.

Depois, respeitar toda a duração do tratamento prescrito — não parar “quando melhora”, se o médico recomenda completá-lo, e não tentar guardar “para a próxima”.

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“Se é natural, não faz mal”?