“As dietas muito restritivas são a forma mais rápida e eficaz de perder peso”?

A promessa é tentadora mas o que parece um atalho acaba por ser um caminho cheio de riscos.

As dietas extremamente restritivas, que eliminam grupos alimentares inteiros ou reduzem drasticamente a ingestão calórica, podem causar mais danos do que benefícios.

O que acontece então?

Sim, é verdade que a perda de peso acontece quando se gasta mais energia do que aquela que se consome.
Mas isso não significa que “comer o mínimo possível” seja a melhor estratégia.

Quando a ingestão calórica é reduzida de forma abrupta, o organismo interpreta a situação como um estado de privação e tenta compensar:

  • Abranda o metabolismo, gastando menos energia mesmo em repouso;

  • Aumenta a sensação de fome e o desejo por alimentos calóricos (cravings);

  • Reduz a energia disponível, o que se traduz em cansaço, dificuldade de concentração e perturbações do sono.

A longo prazo, o resultado pode ser uma desnutrição escondida. Mesmo pessoas com excesso de peso podem apresentar défices de vitaminas, minerais e massa muscular.

O efeito ióió

Muitas destas dietas produzem uma perda rápida de peso nas primeiras semanas, sobretudo devido à perda de água e massa muscular.
Mas, ao fim de algum tempo, o peso estabiliza e começa a subir novamente.

Pior ainda: cada ciclo de perda e reganho de peso tende a diminuir o metabolismo basal, tornando mais difícil emagrecer no futuro.

O caminho mais seguro e eficaz é perceber que a perda de peso não é um sprint e para o fazer de forma saudável, vai demorar tempo.

A obesidade é mais do que uma questão de peso, é uma questão de saúde.

A boa notícia é que mudanças pequenas, consistentes e realistas têm muito mais impacto a longo prazo do que dietas extremas seguidas de recaídas.

Se já fez várias tentativa de perda de peso sem sucesso e está com motivação para um nova tentativa, procure um médico de família.

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